Mário Cesariny de Vasconcelos, O Operário, 1947
MGM ... mas o que é que fica, o que é que realmente fica de nós?
M.C Bom, de nós ficam os filhos se fazes filhos, ficam livros e pinturas se escreves ou pintas, ficam esculturas, etc… Não é grande consolação… para mim não é! Porque se houvesse a eternidade era uma coisa, não é? Mas não há… Não interessa quantos milhares de anos, ou milhões de anos, o planeta terra vai levar para explodir, não é? Portanto acaba tudo por desaparecer, pronto, fsssst!
É muito misterioso isto tudo, não é?
MGM Então para que é que isto serve?
MC Não sei, serve para foder que é muito agradável e dá muito gozo. Serve para amar....e serve para morrer. Pronto!
"A criança é a máscara do velho", mas a verdade é que a criança, enquanto criança, é mesmo criança, não é?
"Autografia"de Miguel Gonçalves Mendes, sobre MárioCesariny
26 novembro 2008
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21 comentários:
Dois anos depois. fsssst. Para nós ficaram livros, pinturas e outras memórias.
J.
Quando a "Autografia" estreou a Atalanta Filmes pediu a Cesariny que escolhesse sete filmes de entre os filmes que estreou nos últimos 15 anos. No ciclo do cinema King havia:
“Wittgenstein”, de Derek Jarman,
“A Bela de Dia”, de Luis Buñuel,
"El Rey Pasmado", de Imanol Uribe,
“As Mil e uma Noites”, de Pier Paolo Pasolini,
“Felizes Juntos”, de Wong Kar-Wai,
“O Mar”, de Agustí Villaronga
“Os Juncos Silvestres”, de André Téchiné.
são estes harpejos que dão gozo. como ele diz "para foder que é muito agradável e dá muito gozo. Serve para amar ... e serve para morrer".
e mais "Só a imaginação transforma. Só a imaginação transtorna".
o tempo transtorna a máscara do velho. transforma-a. ou talvez nunca tenha sido máscara ou seja sempre a mesma máscara. máscara da máscara. na máscara.
grande homem o MC! grande post BB!
gostei muito.
um grande abraço
E já passaram dois anos. Estás sempre atento...
quemsabequemtués
.
pois... o tempo é mesmo implacável.
.
(Ocorreu-me o mesmo, que o tempo é implacável...)
:)
Uma dança de máscaras, sucessivas
Bem lembrado
Belo post
abraço
p.s.
e obrigado pelo poema.
soube bem (re)ler.
abraço
pois eu cá digo: pfssssssss!!!
temia eu vir a ceder, por culpa tua, merdinhas, a um ibsen, a um strindberg... (são estrangeiros, logo, à partida, têm vantagem).
agora, ao cesariny??
merdinhas, há limites para o convencimento (des)intelectual!!
"...a criança, enquanto criança é mesmo criança, não é?"...
mas que raio é isso, ****??
e definitivamente, a criança, enquanto criança, não é a máscara do velho!!
essa espécie obsessão antecipatória só pode provir de um velho que não foi criança ("enquanto criança") ou então um provocador gratuito, com cínico espírito de salvadez.
mantenho e aguento as consequências: este gajo é/foi um arrogante que teve a sorte de ficar no registo pela extravagância (então original), mais do que pela qualidade.
PS: sou ceguinho. batam devagarinho...
:)
dia 26 de novembro - 2 anos... pois...
e ainda ali para o capitão. disse o cesariny :
"Eu acho que se se é surrealista, não é porque se pinta uma ave, ou um porco de pernas para o ar. É-se surrealista porque se é surrealista!"
"[o amor] É a única coisa que há para acreditar. O único contacto que temos com o sagrado. As igrejas apanharam o sagrado e fizeram dele uma coisa muito triste, quando não cruel. O amor é o que nos resta do sagrado."
"Sou um poeta bastante sofrível numa época em que o tecto está muito baixo."
(citações de Verso de Autografia, ed. Assírio e Alvim)
ARROGANTE?????..............................
fssssssssst
ARTE serve para os banqueiros e seus acólicos ( curadores) pavonerarem-se entre as peças da falência do sistema.
e tu? ficas-te?
...
purita, o merdinhas já respondeu em nossos aposentos, levando, naturalmente, o merecido troco!!
(uma vez merceeiros, sempre merceeiros, merdinhas, já sabes...)
com que então, "é-se surrealista porque se é surrealista"...
é justo! não há justificações a dar. o romântico pode dizer o mesmo. assim como o realista, o modernista e o pós disto ou daquilo.
(e esta podia ser uma resposta parva a uma pergunta igualmente idiota, daquelas em que uma ana sousa dias era pródiga naquele programa com um início e final feliz (mertens)).
mas, e como o tecto está mais baixo do que nunca, exponho-me poeticamente
perante este auditório.
sofrível, mas surrealóide (eu, eu!!).
...
fssst!
e vomito arranjos de palavras
como lilases erectos
e hiantes e tristes
por não terem netos
na expectativa de serem girassóis
enquanto vagueio por labirintos de almofadas escarlates a sufocar crateras pintadas de tempestade
à espera que a lâmpada dê cartas
e então me decida atirar do telhado do avião.
as crianças usam as máscaras dos super-heróis!
e o velho enquanto velho nem sempre
estou pasmada!!
há um premio para ti no meu blog
não precisas de nomear mais 15 pois pelo menos 10 eu dava-te só a ti
1 sorriso mto mto luminoso e mais uns parabéns!!Lana
O seu blog é espantoso.
Gostei de saber do teu prémio na Lana.
concordo,
absolutamente,
com o haddock...
'O Nomeado e o não Nomeado, O Visível e Invisível, a Fala e o Silêncio desse poder ficar. para sempre.'
nada melhor hoje do que as tuas palavras.
e acrescento Magritte:
'Everything we see hides another thing, we always want to see what is hidden by what we see. There is an interest in that which is hidden and which the visible does not show us. This interest can take the form of a quite intense feeling, a sort of conflict, one might say, between the visible that is hidden and the visible that is present.'
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