06 abril 2006

Duchamp na China


China - Between Past and Future
24.03.2006 - 14.05.2006



Cultural Memory
24.03.2006 - 26.03.2006 - Exposição retrospectiva de Duchamp na China, 2000/2001, óleo s/ tela de Shi Xinning.

9 comentários:

Anónimo disse...

A assinatura R. MUTT colocada sobre a Fonte da qual Alfred Stieglitz tirou a fotografia modelo de 1917 para ilustrar The Richard Mutt Case. Para quem não sabe,e eu não sabia até há pouco tempo, este é o título da “carta aberta aos americanos” que Duchamp escreveu quando o urinol foi recusado pelo juri do Salão dos Independentes em Nova York e que foi publicada no primeiro número da revista O Homem Cego criada por ele e por alguns amigos.

Richard Mutt é o nome de uma fábrica de loiças sanitárias em Nova York, mas há mais hipóteses.
“Mutt" em inglês significa “idiota, imbecil, cretino”
R. Mutt pode ser lido ainda como “Armut” que, em alemão significa “pobreza”, “indigência”, “penúria”, “incapacidade”.
“Geistige Armut” quer dizer “pobreza de espírito”. Em inglês e em alemão, a palavra é pejorativa,tem que ver com o objecto onde se mija. O urinol como ausência de valores mas servindo também como bacia ou uma 'fonte' onde se lavam os olhos de preconceitos.
Estas visões anti-duchampianas ... quem as tem é MUTT.
Os chineses a sorrir para o urinol serão Mutt?
Z.C

Naked Lunch disse...

na china com todos

Anónimo disse...

Engraçado.
E Mutt e Jeff, personagens de BD? E se “R” significasse “Richard”, o que em francês quer dizer qualquer coisa como ricaço?

Mas esse ready made faz correr muita tinta.

Anónimo disse...

A grande amplitude de sentido faz parte do jogo duchampiano: tudo o que for possível dizer sobre "fountain", "R. Mutt", urinol ou qualquer outra coisa, estará bem.
Gosto de pensar em "Fountain", o título, como:
1) A fonte da poesia bucólica burguesa.
2) Os fontanários de fabrico industrial.
3) A fonte literal armadilhada que molha quem lhe faz chichi para dentro (na fotografia de Stieglitz o buraco para o autoclismo está virado para a frente, para os sapatos do observador...).

Algumas clarificações:
1) Não é Duchamp que assina o texto da The Blind Man, mas Richard Mutt (por extenso): a "carta" de "aberta", terá muito pouco, porque Duchamp (?) esconde-se atrás de um pseudónimo (a ter sido ele, como se pensa, o autor do texto) e a revista era de circulação reduzida.
2) O "salão" dos Independentes não tinha júri ("no jury, no prizes" era o lema, herdado dos homónimos franceses): a decisão de não expor a "Fountain" foi democrática, por maioria dos directores, tendo estado ausente Marcel.
3) Não é "Richard Mutt" o nome da fábrica de sanitários, mas "J. L. Mott Ironworks".

B.P.

Art&Tal disse...

isto hoje está divertido. este mesmo assunto (em segredo) fez-me postar um objecto de vidro a que eu chamo fonte ou monumento para duchmap. e o que se poderia dizer mais acerca do referido objecto?

penso que só vendo.

duchamp para mim é uma armadilha genial. nunca se deve acreditar nele com plenamente. nem tudo o que parece... magnificamente "mentiroso". tudo está armadilhado, muito armadilhado.muito

o fascinio está aí

(by the way)

Anónimo disse...

.
adoro a maneira como ele destruiu conceitos, criando e estimulando novas formas de pensar.
.
produtos industriais elevados à categoria de obra de arte. fabuloso, não?
.
"será arte tudo o que eu disser que é arte".
.
e a china está tão longe...
.

Anónimo disse...

PALAVRA LIVRE.!!!
pensamento livre.
DU CAMPU E DA CIDADE.

CS disse...

Império não familiar. Objectivamente interessante. Nunca me interessou. Não faço ideia porquê. Sugestão bem-vinda.

Klatuu o embuçado disse...

Machado!