Hans Holbein, "o Jovem", Auto retrato, 1542-3
Hans Holbein, "o Jovem" (Augsburgo, 1497/98 - Londres, 1543), de origem alemã, iniciou a sua formação artística em Ausburgo, no atelier de seu pai, Hans Holbein ("o Velho").
Em 1515, partiu para a Suíça com o irmão, Ambrosius, instalando-se em Basileia.
Decorre, de 1 de Abril a 2 de Julho de 2006, no Museu de Arte de Basileia (Kunstmuseum Basel), uma exposição centrada na obras de Holbein criadas nessa cidade entre 1515 e 1532.
Hans Holbein, "o Jovem", O Cristo morto, 1521
Com base nas reacções do escritor russo Fiodor Mikhailovich Dostoievsky diante do quadro O Cristo Morto, descritas pela sua segunda mulher, Ana Snítkina, em dados biográficos e na análise do entusiasmo com que o príncipe Míschkin, personagem principal do romance O Idiota, demonstra pelo quadro, bem como na descrição que Dostoievski fez dessa obra, houve quem propusesse a ocorrência do "síndrome de Stendhal" no escritor - denominação que homenageia o escritor francês, que nos seus cadernos de viagens, datados de 1817, descrevera um particular momento durante uma viagem a Itália, depois da sua visita à Igreja de Santa Croce:
"A ideia de estar em Florença e a proximidade dos grandes homens de quem tinha visto os túmulos já me tinham posto numa espécie de extâse. Ali, absorvido na contemplação da beleza sublime¸ aproximei-me dela e como que a toquei. Atingi esse estado de emoção que permite as sensações celestes¸ essas que só as belas-artes e os sentimentos apaixonados podem dar. Ao sair da catedral¸ o coração batia-me com muita força e senti-me esvair¸ tive medo de cair no chão. Tive de me sentar num dos bancos da Praça (...) Precisava da voz de um amigo que partilhasse a minha emoção".
Hans Holbein, "o Jovem", Erasmo, 1523
Hans Holbein, "o Jovem", Os Embaixadores, 1533: o crâneo, em anamorfose, junto aos pés dos embaixadores
Quando o conflito religioso associado à Reforma assumiu dimensões alarmantes na Suíça, Erasmo terá dito : “Aqui as artes têm frio”, incitando Holbein a exilar-se.
Hans Holbein, "o Jovem", Henrique VIII, 1536
Assim, em 1536, Holbein, partiu para Inglaterra com uma carta de recomendação passada por Erasmo de Roterdão a Sir Thomas More, tornando-se -se o pintor de Henrique VIII. Será o retratista oficial da corte de Inglaterra. Esse é o tema de uma outra exposição na Tate Britain de Londres a partir de 28 Setembro de 2006 onde se poderão ver os anos ingleses de Holbein. Esta exposição é feita em colaboração com a de Basileia.
Hans Holbein, "o Jovem", Vanitas, 1543
Hans Holbein, "o Jovem" (Augsburgo, 1497/98 - Londres, 1543), de origem alemã, iniciou a sua formação artística em Ausburgo, no atelier de seu pai, Hans Holbein ("o Velho").
Em 1515, partiu para a Suíça com o irmão, Ambrosius, instalando-se em Basileia.
Decorre, de 1 de Abril a 2 de Julho de 2006, no Museu de Arte de Basileia (Kunstmuseum Basel), uma exposição centrada na obras de Holbein criadas nessa cidade entre 1515 e 1532.
Hans Holbein, "o Jovem", O Cristo morto, 1521
Com base nas reacções do escritor russo Fiodor Mikhailovich Dostoievsky diante do quadro O Cristo Morto, descritas pela sua segunda mulher, Ana Snítkina, em dados biográficos e na análise do entusiasmo com que o príncipe Míschkin, personagem principal do romance O Idiota, demonstra pelo quadro, bem como na descrição que Dostoievski fez dessa obra, houve quem propusesse a ocorrência do "síndrome de Stendhal" no escritor - denominação que homenageia o escritor francês, que nos seus cadernos de viagens, datados de 1817, descrevera um particular momento durante uma viagem a Itália, depois da sua visita à Igreja de Santa Croce:
"A ideia de estar em Florença e a proximidade dos grandes homens de quem tinha visto os túmulos já me tinham posto numa espécie de extâse. Ali, absorvido na contemplação da beleza sublime¸ aproximei-me dela e como que a toquei. Atingi esse estado de emoção que permite as sensações celestes¸ essas que só as belas-artes e os sentimentos apaixonados podem dar. Ao sair da catedral¸ o coração batia-me com muita força e senti-me esvair¸ tive medo de cair no chão. Tive de me sentar num dos bancos da Praça (...) Precisava da voz de um amigo que partilhasse a minha emoção".
Hans Holbein, "o Jovem", Erasmo, 1523
Hans Holbein, "o Jovem", Os Embaixadores, 1533: o crâneo, em anamorfose, junto aos pés dos embaixadores
Quando o conflito religioso associado à Reforma assumiu dimensões alarmantes na Suíça, Erasmo terá dito : “Aqui as artes têm frio”, incitando Holbein a exilar-se.
Hans Holbein, "o Jovem", Henrique VIII, 1536
Assim, em 1536, Holbein, partiu para Inglaterra com uma carta de recomendação passada por Erasmo de Roterdão a Sir Thomas More, tornando-se -se o pintor de Henrique VIII. Será o retratista oficial da corte de Inglaterra. Esse é o tema de uma outra exposição na Tate Britain de Londres a partir de 28 Setembro de 2006 onde se poderão ver os anos ingleses de Holbein. Esta exposição é feita em colaboração com a de Basileia.
Hans Holbein, "o Jovem", Vanitas, 1543
10 comentários:
Apenas um apontamento sobre este soberbo post: ouvi há dias um historiador contar que existem 1.500 cartas catalogadas, escritas para Erasmo por todas as grandes figuras da época, o que mostra a que ponto ele era reconhecido como um "farol" da Europa.
Não li (ainda)...
Tá lá para ti pergunta.
e fez vªexª muito bem falar disto.
acho que vivi no meio deles. sempre gostei muito mais destes do que de alguns tão falados italianos.
já agora... porque nao revelar a modernidade de gioto? este a par de bueys, duchamp e maciunas é certamenta a minha maior paixao.
este último fez-me lembrar as aventuras de corto pela suiça
e sabes tu oh big blog que em S.Salvador na Bahia há uma "réplica" deste cristo que é demolidora????....
um post magnifico. para quem sabe e para quem gosta de saber.
bom dia.
(odeio ter de ficar um tempão desgraçado a clikar nesta droga de oks. que agora anda por aí...mas pronto...lá terá de ser...)
beijo.
A "Síndroma de Stendhal": mais mariquices burguesas. O Marx explica isso muito bem: é a fetichização da obra de arte. Os burgueses, vazios, homúnculos, ficam cheios de tremores ao encontrarem os sentimentos que os guias turísticos lhes ensinaram, nessas obras de arte que substituem o Mistério e a divindade finados. A médica italiana que procure outra coisa para vender.
Como não vou a Basileia pode ser que vá até à Tate ver o jovem.
Bem... uma momentânea indisposição tornou a coisa indsiponível.
Agora sim!
Em compensação, está dedicado a ti.
Tal pai tal filho.
Z.C
Eu vi "os Ebaixadores " na National Gallery" e garanto-te que se fica prostrado diante de tal maravilha...
(Resolvi retribuir a gentilezae passear pelo Big blog)
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