18 outubro 2005

Daciano da Costa (1930-2005)

Morreu hoje Daciano da Costa que se destacou pelos seus projectos de arquitectura de interiores, de design de exposições e de design industrial e por uma importante actividade pedagógica. Dos seus principais trabalhos destacam-se a Aula Magna da Reitoria da Universidade de Lisboa (1961), a Biblioteca Nacional (1968), a Fundação Calouste Gulbenkian (1969) ou o Centro Cultural de Belém (1990-92).
Aqui um artigo na "Archimagazine". Aqui a empresa de mobiliário "Larus".

30 comentários:

Anónimo disse...

GRRRAAAAANDE projectista!!

Belas obras, sobretudo a da fundação.

que seja recordado sempre!

João Boto

Anónimo disse...

2004-12-06, CML
Apresentado projecto de requalificação
dos edifícios da Praça da Figueira

O Professor Daciano da Costa e a Arquitecta Inês Cotinelli apresentaram, na sessão de Câmara do dia 6 de Dezembro, o projecto de requalificação dos edifícios da Praça da Figueira, que prevê o revestimento de grande parte deles com azulejaria de padrões de azul e branco.

A apresentação incidiu, essencialmente, na sua vertente de requalificação dos edifícios, já que esta proposta se integra num projecto mais vasto de Requalificação da Praça da Figueira, do atelier Daciano da Costa, Arquitectura e Design. Este projecto incluía a valorização do monumento equestre (acção concluída com a sua deslocação para o enfiamento da Rua da Prata) e o reordenamento, reequipamento e sinalização gráfica da Praça (acção parcialmente concluída com a aposição do novo pavimento e novo mobiliário urbano), acções que decorreram após a construção do parque de estacionamento subterrâneo da Praça.
Carlos Andrade

Anónimo disse...

Merdinhas:
Você está sempre em cima do acontecimento. Fiquei agora a saber essa triste notícia. Grande profissional do risco e do saber transmitir esse saber. As homenagens póstumas devem estar aí a chegar.
Kienholz

Anónimo disse...

Há uns meses atrás assisti a dois concertos na Aula Magna. Comentamos, eu e outro amigo como deve ter sido impactante aquele projecto na altura em que foi concebido. Seria obra de fachada do regime? Fosse ou não, é ainda hoje uma grande obra. Uma curiosidade- O banco que ilustra o blog fica situado onde? Praça do Império? Alameda?
ELEMENTAL

Anónimo disse...

"A inquietação permanente de Daciano da Costa – nos projectos como na vida –, a sua capacidade para transformar os sinais desencontrados da realidade quotidiana em estímulos convergentes, a lucidez e inteligência com que encara as adversidades para as converter em agentes positivos são a lição que nos deixa a cada dia que passa. Daciano tem-nos ensinado a inquirir sempre a realidade com um olhar crítico, a alimentar, em relação a tudo quanto nos rodeia, um eterno e vital sentimento de mal-estar. Acredito também que só assim saberemos manter viva a esperança projectual – a utopia do Design –, que só assim poderemos reconhecer-nos no mundo que ajudamos a construir."

João Paulo Martins (arq.)

Anónimo disse...

É certo que vivemos numa democracia e esse facto só por si representa tanto que só quem viveu com consciência politíca no anterior regime é que lhe pode dar o seu verdadeiro e real valor.

No entanto coloco aqui a questão se não seria a Arquitectura de regime uma arquitectura com grande qualidade, consistência e verdadeiramente pensada quando a comparamos com a actual arquitectura e porque não também chamá-la de regime?


Henrique Singer

Anónimo disse...

Henrique, pessoalmente acho que foi e ainda é.
Os exemplos da actual tendem a ser mais precários mas muitos deles igualmente "de regime" (dos sucessivos regimes da partidocracia).
ELEMENTAL

Anónimo disse...

Se um projecto dá lugar a Arte,
Se um Arquitecto a eleva e nela se funde,
Então a obra egoísta se enriquece,
que nós ficámos mais pobres...

Buggy

Anónimo disse...

"Por entre vigas e longarinas
Emerge a obra arquitectada
As abóbadas imperfeitas sonegam
Rilafolhos, esquissos e mais nada."

Alvar Baixo, in "Retalhos da vida de um Arquitecto"

Anónimo disse...

Um bom exemplo da portugalidade deixou de estar entre nós. Temos de manter sempre a esperança em todas as áreas do saber e em quem o reformula dia a dia. O nosso país tem a gente e as obras de que é merecedor. E, desenganem-se, são muitas e boas.
E há de continuar a ter. Cada vez mais e melhores. Incolumes a transições e convusões políticas menos felizes.

Anónimo disse...

Já não deve ter concluído esse projecto de requalificação. Salve-se a memória do ilustre professor.

C. F.

Anónimo disse...

Saudades

Manuel Rodrigues

Anónimo disse...

O pior é que a convulsão de que o amigo fala dura há mais de metade da minha vida.

C. F.

Anónimo disse...

João Boto e Merdinhas,

Que parte do projecto da FCG é que é da autoria de Daciano?

E. Bartollo

Anónimo disse...

Bem... E. Bartolo penso que é aquela parte que fica virada para a ponte sobre o tejo.

Boto

Anónimo disse...

Penso que João Boto percebe tando de arquitectura como eu de ornitorrincos. Merdinhas, devolva lá este Boto ao rio Amazonas, que provavelmente anda perdido nas ondas do Tejo. E afinal não há aqui alguém quem me satisfaça a curiosidade .Que parte do projecto da Fundação C. Gulbenkian é da autoria de Daciano?

E.B.

Anónimo disse...

"Acho que há tralha de mais no mundo" Daciano Costa

Anónimo disse...

Os meus pêsames, em nome da cultura.
Susie Alberi

Anónimo disse...

Obrigado pelo esclarecimento blogprowler
E. Bartollo

Anónimo disse...

Este banco vazio, este jardim.

"Num banco de jardim uma velhinha
está tão só com a sombrinha
que é o seu pano de fundo.
Num banco de jardim uma velhinha
está sozinha, não há coisa
mais triste neste mundo.
E apenas faz ternura, não faz pena,
não faz dó,
pois tem no rosto um resto de frescura.
Já coseu alpergatas e
bandeiras verdadeiras.
Amargou a pobreza até ao fundo.
Dos ossos fez as mesas e as cadeiras,
as maneiras
que a fazem estar sentada sobre o mundo.
Neste jardim ela
à trepadeira das canseiras
das rugas onde o tempo
é mais profundo.
Num banco de jardim uma velhinha
nunca mais estará sozinha,
o futuro está com ela,
e abrindo ao sol o negro da
sombrinha poidinha,
o sol vem namorá-la da janela.
Se essa velhinha fosse
a mãe que eu quero,
a mãe que eu tinha,
não havia no mundo outra mais bela.
Num banco de jardim uma velhinha
faz desenhos nas pedrinhas
que, afinal, são como eu.
Sabe que as dores que tem também são minhas,
são moinhas do filho a desbravar que Deus lhe deu.
E, em volta do seu banco, os
malmequeres e as andorinhas
provam que a minha mãe nunca morreu."

Ary dos Santos

Anónimo disse...

Que subtileza Ary...

António Montanelas

Anónimo disse...

Um pintor fantasma senta-se sempre naquele banco.
Arty Fartist

Anónimo disse...

Bench for one, bench for two.
Lubricous Jackson

Anónimo disse...

espero que não esteja pintado de fresco...

Bigote Chorão

Anónimo disse...

Monty, what a awesome statement.
Lubricous Jackson

Anónimo disse...

Queremos novos posts por favor, é urgente novo material para reflexão.

Toutaki toutapolos

Anónimo disse...

There is a very particular characteristic on this design. The bench has several wooden parts separated between one another. This design has a though. Every citizen that will seat here, can freely fart through those air passages. Daciano thought about every single fartist.
Lubricous Jackson

Anónimo disse...

Vamos reflectir:

Quantas regueifas aqui se te terão sentado?
Quantas seriam brancas, negras, peles vermelhas?
Quantos amaços já se deram aqui?
Quantos lulus caniches já se abrigaram aqui do sol?
Quanta meia de senhora aqui perdeu malha?
Quantos selos aqui acidentalmente se colaram em roupa interior?
Quanta conversa acabada escutou esta madeira?Quanto solilóquio de mendigo?
Quanto mendigo aqui adormeceu e ressonou?
Quanto soprano aqui solou?
Quanto grafitti sofreu?
Quanta pata de cão para ele se virou e jacto de urina o enferrujou?
Quanto tempo mais este banco vai ficar aqui abandonado, orfão de pai, de arquitecto?
Quanto!?

Jaimito Dourador

Anónimo disse...

Banco vazio de quem já cá não está.

Anónimo disse...

"A inquietação permanente de Daciano da Costa não se vislumbra em nada dos abjectos que apriu ao longo da vida –, a sua capacidade para transformar os sinais desencontrados da realidade quotidiana em coisas feias e deselegantes,estímulos entediantes, a falta de lucidez e a arrogancia com que sempre tratou os seus clientes, obrigando-os a aceitarem as adversidades permantentes provocadas pela utilização dos seus produtos, agentes negativos de uma lição que nos castiga a cada dia que passa. Daciano tem-nos ensinado a inquirir sempre a realidade com um olhar crítico, a alimentar, em relação a tudo quanto nos rodeia, um eterno e vital sentimento de mal-estar. O peido real. Acredito também que só assim saberemos manter viva a esperança projectual – a utopia do Design do peido –, que só assim poderemos reconhecer-nos no mundo que ajudamos a construir-uma ENORME NUVEM MALCHEIROSA." aRANBE gORJAZ TRAQUITANTO