18 janeiro 2006

Um livro à Quarta e um filme à Quinta


"Há, em Veneza, três lugares mágicos e secretos: um na rua do Amor dos Amigos; um segundo nas proximidades da ponte das maravilhas, e um terceiro na calle dei Marrani, perto de San Geremia, no velho ghetto. Quando os venezianos - por vezes malteses - se cansam das autoridades, dirigem-se a estes lugares e, abrindo as portas ao fundo desses pátios, partem para sempre para países fantásticos e outras histórias".
Fábula de Veneza, Hugo Pratt, para ver a vida a preto e branco (ou a cores...)

E deixem-me lembrar-lhes um episódio da vida de Corto Maltese: Com cerca de 10 anos de idade, Corto e a mãe foram viver para Córdova, numa casa com um pátio cheio de flores coberto de azulejos árabes. Era lá que Corto lia, escrevia, aprendia espanhol e hebraico, se iniciava no árabe enquanto se esforçava por não esquecer o inglês do seu pai, ausente no mar.

Nessa altura, uma cigana vidente, amiga da sua mãe ao ler a sua mão esquerda constatou que Corto não tinha a linha da sorte marcada. Este, chocado com a descoberta, mal chegou a casa, pegou numa lâmina e de um só golpe traçou a sangue a linha da sorte de uma forma quase perpendicular às linhas do coração e da cabeça.
A escolha do livro foi simples. Foi o primeiro livro que li de Hugo Pratt.

E como também há um filme à Quinta, sugiro este: "Corto Maltese na Sibéria"

21 comentários:

Naked Lunch disse...

devíamos fundir os nossos big blog e festim nu.

corto maltese é de certa forma o meu herói, porque de facto (como o próprio chega a admitir na sibéria) não é um herói. durante tempos acreditei que ele tinha existido de facto. gosto de tudo nas suas aventuras. personagens preferidos: Cush (as etiópicas) e o velho bandido anarquista e sempre imprevisível Rasputine.

tenho esse filme em casa há um ano e ainda não vi... por medo de desilusão.

as suas aventuras, os livros de bilal e o grande Gaston la Gaffe são as minhas principais referências na BD.

grande post amigo!

temos de falar mais de corto!

Naked Lunch disse...

ah, quase esquecia - até a citação que escolheste é uma das minhas preferidas.

bem, é melhor ficar por aqui.

Naked Lunch disse...

o criador de A Pior Banda do Mundo tem um pequeno conto em que apresenta um Corto velho e falhado, por não ter feito o corte na mão enquanto jovem. curioso.

Anónimo disse...

Meu héroi. Super-héroi. Para mim é a mehor BD do mundo.

M.M. disse...

Olá e bem-vindo às iniciativas!
E que maneira de começar. Adoro Corto Maltese, porque é de facto um anti-herói.
Também ainda não vi o filme, com medo de ficar desiludida, mas mais tarde ou mais cedo terá de ser.
Excelente escolhas, merdinhas!

Agora, a título de publicidade:
Quem quiser aderir a estas iniciativas ("Música à Terça", "Um Livro à Quarta", "Um Filme à Quinta") faça favor!

Merdinhas, não queres pôr um link na tua barra lateral ou mesmo neste post, com acesso directo à lista de blogs participantes? Assim, torna-se mais fácil fazr a ronda dos livros.
Bjs para ti.

Anónimo disse...

E junto ao Arsenal e na locanda atrás de S. Marcos, no fim de uma ponte e na esquina de um pequeno canal. Na Giudeca e em S. Giorgio Maggiore. Na ilha dos mortos. Uma pequeníssima igreja cheia de quadros de Bellini, do Giovanni cunhado do paduano Mantegna. Um monstro antropomórfico que salta de um edifício de Longhena. As cúpulas todas de Veneza do meu terraço no topo da locanda, onde secavam grandes lençóis brancos contra o azul estival do céu adrático, enquanto Veneza apodrece e se afunda, afogando os intriguistas que a habitam e uns turistas americanos que não viram a metereologia no Good Morning America. Só se salvam os irascíveis pombos que dormem nas arquivoltas da basílica bizantina. Os gondolieri paravam à janela e pediam-me uma cerveja e, depois, cantavam-me uma canção. E eu dizia-lhes que a canção era de Nápoles e eles riam-se e iam-se embora com os turistas americanos a tirarem fotografias.

Anónimo disse...

Um grande marinheiro nas boas águas do Big Blog.

Anónimo disse...

Bem, bem.. Corto Maltese? Genial, mesmo! Bom gosto. :)

Alberto Oliveira disse...

Corto Maltese é uma referência na BD.
Não vi o filme e penso que nunca o verei; o produto original não se repete e é esse que marca a nossa memória.

Sofia Pinheiro disse...

Corto Maltese, hem? Gosto!

Anónimo disse...

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fascinada pelo corto me confesso.
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o episódio que escolheste... define a sua essência na perfeição.
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Anónimo disse...

Merdinhas
A assinar os mail como Pandora G. tinha que ser.
Abraço

Jazz Manel disse...

Boa escolha, quando penso em bd penso logo no Corto Maltese...lembra-se da colecção do Público a preto e branco???...para aqueles não conhecem o corto é uma boa maneira de adquirem alguns livrinhos mais baratinhos!...Mais um aparte, no ultimo concerto dos pop dell art no lux, o João peste entrou vestido com um sobretudo à Corto a cantar uma musica chamada " so goodnight" um inédito que saiu agora, parecia a banda sonora ideal de um livro do Corto...se puderem ouçam, 5 estrelas

Anónimo disse...

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a música é fantástica mas não é "um inédito que saiu agora".
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creio que é de 2002 e está num "CD" com o mesmo nome.
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e eu ainda não recuperei de ter perdido o peste no lux...
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Álex disse...

Corto... há anos que tenho um pin dele no meu blusão de ganga: o meu heroi,a minha banda desenhada por eleição.
Não o leio há muito e não sabia do filme, vou ve-lo, espero não me desiludir

Poor disse...

pouco posso acrescentar a não ser que Corto Maltese, além do mais, é o tipo com mais pinta da história da BD!(sigh):)

Art&Tal disse...

corto schwitters ou corto cobain?

maltese... m a l t e s e . . .

m a l t e s s s s s

c o r t o

Anónimo disse...

Curto mais Maltesers
Cromo

1entre1000's disse...

Gosto de Corto Maltese, gosto, gosto e gosto pronto!!!!

Anónimo disse...

eu só li umas pequenas histórias num pequeno livro inserido numa colecção do correio da manhã, aqui há uns tempos, e muit apreciei. Depois vi o filme que recomendas e também bastante apreciei (embora seja muito mais agradável ler as histórias, digo eu). Depois queria ler mais e mais mas nunca li porque os livros são muito caros e a vida está difícil.
Uma triste história portanto.

Anónimo disse...

Um génio, este Corto. Adoro.