Mostrar mensagens com a etiqueta teatro. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta teatro. Mostrar todas as mensagens

01 novembro 2006

Alice Room


Robert Wilson, "Alice"
Two Rooms Installation
Música: Stefan Kurt
Vozes: Stefan Kurt/ Annette Paulmann
De 26 de Fevereiro a 9 de Abril de 1994 na Galeria Luís Serpa

30 outubro 2006

Alice

"ALICE", de Robert Wison/Tom Waits/Paul Shmidt, estreou em 19 de Dezembro de 1992 no Thalia Theater de Hamburgo. Esteve em Portugal, no Centro Cultural de Belém a 12,13 e 14 Março de 1994.





Encenação e cenografia Robert Wilson



Música e Letras de Tom Waits em co-autoria com Kathleen Brennan



It’s dreamy weather we’re on
You waved your crooked wand
Along an icy pond, with a frozen moon
A murder of silhouette crows, I saw
in the tears on my face
And the skates on the pond, they spell "Alice"
I'll disappear in your name, but you must wait for me
Somewhere across the sea, there’s the wreck of a ship
Your hair is like meadow-grass, on the tide
And the raindrops on my window,
and the ice in my drink
Baby, all I can think of is "Alice"

Arithmetic, arithmetock, turn the hands back on the clock
How does the ocean rock the boat?
How did the razor find my throat?
The only strings that hold me here
are tangled up around the pier

And so a secret kiss brings madness with the bliss
And I will think of this when I’m dead in my grave
Set me adrift, and I’m lost over there
And I must be insane, to go skating on your name
And by tracing it twice, I fell through the ice of "Alice"

And so a secret kiss brings madness with the bliss
And I will think of this when I’m dead in my grave
Set me adrift, and I’m lost over there
And I must be insane, to go skating on your name
And by tracing it twice, I fell through the ice of "Alice"

There’s only "Alice"

KNEE 5 O GATO PERSA

Gato
É noite, pouco antes de amanhecer, bem nos fundos da casa.
Está uma menina deitada na cama, como um rato está na sua toca.
A paisagem é nua, uma teia de sonhos bravios...
Os seus gritos ecoam por salas sem fim.

Vinda de longe uma voz repassa o sono:
Não tenhas medo, só tens que ser boazinha -
Se ficares quietinha nada vai acontecer, minha filha.
Mas também há beijos que se tornam mortais.

Não te iludas de que alguém virá para te acudir,
E quando alguém chegar já todos terão morrido;
Não te iludas, a noite não passou ainda
Os olhos estão fechados e a lingua ficou muda.

Os sonhos das crianças são de sua propriedade,
Desde que os grandes não lhes trepem para a cama.
Nos sonhos as escadas são abruptas e arriscadas;
Mas, ao despertar, os medos foram vencidos.

Alice
Que caminho hei-de tomar?

Gato
Tanto faz. A leste encontras o chapeleiro; é maluco. Para Oeste encontras a lebre de Março que também é maluca.

Alice
Aqui parecem todos malucos.
Gato
É verdade, eu também sou maluco...Completamente maluco.
Alice
Eu não.
Gato
Claro que és. Se não fosses maluca não estavas aqui.


CENA 14 O JULGAMENTO II
...
Há anos que não me olhas assim
Em sonho me inventaste e deixaste-me aqui
Durante quanto tempo sonhei
Para quê, afinal, me quiseste.
Há anos que não me olhas assim
O teu relógio parou e o lago é transparente
Alguém que apague a luz outra vez
Amar-te-ei até o tempo parar
Lembro-me de ti com folhas no cabelo
Embora aqui esteja.

Textos de Paul Smidt


06 maio 2006

Cem anos de Samuel Beckett



ESTRAGON – [...] Vamos embora.
VLADIMIR – Não podemos.
ESTRAGON – Porquê?
VLADIMIR – Estamos à espera do Godot.
ESTRAGON – (Sem esperança) Ah, pois é. (Pausa) Tens a certeza que era aqui?
VLADIMIR – O quê?
ESTRAGON – Que tínhamos de esperar?
VLADIMIR – Ele disse ao pé da árvore. (Olham para a árvore.) Estás a ver outra?
ESTRAGON – Que árvore é que é?
VLADIMIR – Não sei. Um salgueiro chorão. [...]
ESTRAGON – Ele já cá devia estar.
VLADIMIR – Ele não deu a certeza que vinha.
ESTRAGON – E se não vier?
VLADIMIR – Voltamos amanhã.
ESTRAGON – E depois de amanhã.
VLADIMIR – Talvez.
ESTRAGON – E por aí fora.



À Espera de Godot, peça escrita em francês em 1948 e representada pela primeira vez em 1952, em Paris.
Em 1956, na sequência do impacto produzido por Godot, Beckett recebe um convite da BBC para escrever uma peça para rádio. Daí resultará All That Fall/Todos os que Caem, escrita em Setembro de 1956, a sua primeira peça radiofónica e a mais extensa de todas as que viria a escrever para a rádio. Foi a primeira peça de Beckett estreada em inglês e a segunda, depois de À espera de Godot, a ter uma apresentação pública, uma vez que foi transmitida pela rádio britânica no dia 13 de Janeiro de 1957.

Beckett, insistia em que o texto não tivesse outra forma de encenação que não a radiodifusão para a qual fora concebido. Afirmava que as personagens só fariam sentido emergindo da escuridão ("coming out from the dark", na citação de Knowlson), isto é, num universo construído mentalmente pelo receptor ao ouvir as vozes e sons, destituídos de imagens concretas... mas a peça tem passado por vários palcos: teve encenação recente do Teatro da Comuna, em Lisboa (23.02.2006 a 01.04.2006).

Cascando, peça radiofónica (1963), na versão do "Theather for yor Mother" (1979)

Abertura - Frank Collison
Voz - Joseph J. Casallini
Música - Lesli Dalaba, Trumpet
Música composta por Wayne B. Horvitz


Em 1964 Beckett realizou o seu único filme, The Film, com a participação de Buster Keaton.


Quad I & II (1982)

Peça para televisão de Samuel Beckett, onde quatro figuras sem rosto correm com precisão de um lado para outro dentro de um quadrado. Coreografias repetidas com mínimas variações, combinadas ad infinitum.
Vale a pena ver ou, como diz Beckett n'O Inominável "that's right, link, link, you never know ..."